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A mostrar mensagens de abril, 2024

Perspectivas do Amor - sobre a peça "Amor e Outras Revoluções"

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  Foto: Diana Sandes      Quantas histórias de amor já foram contadas? Com quais você se identifica? A sua história de amor ou o seu ideal de história de amor, já foi contado? Em livros, filmes e teatro, os amores se encontram, nascem e morrem de diferentes formas. Até aqui parece tudo tão piegas, apenas romantismo barato.... A não ser que você seja uma pessoa lésbica! Ou gay, ou trans e a sua forma de amar, agir e ser no mundo (ainda) não é tão comum de se ver retratada....      A peça “Amor e outras revoluções" conta uma história de amor entre duas mulheres. Duas mulheres pretas que se esforçam para dar conta das demandas de suas carreiras profissionais e acadêmicas, enquanto enfrentam os desafios de ser mulher preta e lésbica.       O texto poético parte destas indicações para nos guiar no dia a dia deste casal, tão carismático em cena , interpretadas por Tati Villela e Mariana Nunes. O cenário todo da cor branco, nos conduzindo ...

Entre atrizes - A trajetória de Glauce por Débora Duboc

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   Foto: Priscila Prade  Em um espetáculo que traz à tona a força da memória e a intensidade do teatro, Débora Duboc se transforma em Glauce, uma atriz cujo legado merece ser descoberto e celebrado. Através de uma interpretação carregada de emoção, Duboc nos guia pelo caminho de uma artista que desafiou as limitações de sua época e deixou uma importante marca  na história cultural do Brasil.          À medida que a atriz percorre o palco, reconstituindo a vida de Glauce, somos transportadas para um cenário repleto de referências históricas. Cada gesto e movimento de Débora confere substância a elementos ausentes do palco — como o cigarro, o cinzeiro, o telefone… — Criando uma atmosfera envolvente. É como se estivéssemos de fato presenciando os momentos recriados por ela, mergulhando em uma narrativa que atravessa gerações.     A peça ganha um tom especial ao destacar episódios vividos durante a ditadura civi...

Entre a moral e a ficção : “Eu Não Sou um Monstro”

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Foto: Divulgação  Vamos começar pelo final.  É preciso tomar uma decisão na frente do ator ou da personagem.  Você iria até o meu atelier comigo para eu te desenhar? É mais ou menos essa pergunta que finaliza a peça. E eu respondo que não. Eu enquanto mulher, respondi que não te acompanharia sozinha  até seu atelier. Não depois de toda a história que foi contada, envolvendo performance de assassinato e relacionamento abusivo, onde ele era o abusador protagonista nos dois casos. Realidade ou ficção na peça "Eu sou um monstro”, tudo se mistura.  Somos guiadas pelo performer Fause Haten, até que ele nos posiciona., nós público, sentadas em fileiras uma de frente para a outra. Ele se sentará em uma mesa, atrás dele um pequeno quadro branco com projeções de imagens, fotos e pinturas se alternam no decorrer da sua narrativa. Antes de se sentar, nessa mesa, antes mesmo de posicionar o público à sua volta ele pergunta se alguém poderia ser os seus olhos esta noite....

A Cor Amarela - Sobre a peça Todas as Coisas Maravilhosas do Mundo

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Foto: Divulgação      Somos conduzidas através da alegria e da felicidade, como tema e escolhas cênicas, por Kiko Mascarenhas durante mais ou menos uma hora em um jogo cênico entre ator e público. Um olhar mais desatento diria que a peça é sobre suicídio. Penso que não é. É sobre todas as coisas maravilhosas do mundo.      Não só pelo nome como é intitulada a peça ou pela lista que nos é apresentada. Mas porque nos faz pensar em todas as coisas maravilhosas do mundo para cada uma de nós. É sobre memória e ficção. Sobre como o teatro se dá pela experiência, pelo convívio. E sobre cada detalhe que vai te fazer rir ou chorar.      A pessoa ao meu lado, por exemplo, emocionou-se muito quando Chicote, o cachorro do protagonista, morreu. Outra, não se concentrou bem na peça porque se preocupou em “dar sua fala” quando o ator chamasse seu número. O homem atrás de mim se preocupou tanto em explicar a peça para a mulher que o acompanhava (embora ela n...

Em uma mesa de bar - breve diálogo sobre a peça Chego Até a Janela e Não Vejo o Mundo

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Foto: Giorgio D'Onofrio E aí, o que você achou da peça?  A pergunta descomprometida, mas quase obrigatória, que manifestamos na saída do teatro ao encontrar com alguém ou para quem nos acompanha.  Sentadas em uma mesa do bar, as respostas eram difusas. Gostei. Eu não... Eu ainda estou processando. Respostas triviais, para começo de conversa…. Eu gostei da trilha e da iluminação. Não gostei da trilha sonora. Achei desconexa entre si e com a peça, Algumas músicas muito maravilhosas davam o tom da cena, outras me pareceram um pouco aleatórias…  Para mim elas fizeram sentido, me tocaram. Contribuíram com as pausas, que eu achei excessivas e desnecessárias.  O problema da peça para mim foi a direção!  Para mim foi o texto!  Para mim foi o ator….  Eu curti muito as pausas. Me trouxeram reflexão, me deixaram pensativa sobre os textos e as cenas anteriores, só depois de um tempo eu percebia que elas estavam lá com um longa duração. Não me incomodaram. Eu gost...