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A mostrar mensagens de junho, 2025

Casa de Vó: Quando o teatro vira quintal

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  Foto: Divulgação  Às vezes, tudo o que precisamos é de uma boa desculpa para nos reunir e brincar. Aqui, o teatro foi essa boa desculpa. Em Casa de Vó , do Coletivo Corpo Aberto, a peça se vale exatamente disso: não da imposição de uma narrativa, mas da criação de um espaço-tempo em que memória e imaginação caminham de mãos dadas, de pés descalços, entre folhas, lembranças e perguntas. O espetáculo começa antes do início formal. A maneira como o público é recebido já aponta para o que virá: uma espécie de visita, onde pessoas adultas e crianças são acolhidas como quem chega a uma casa querida. E não por acaso: a peça parte da história de netas que, diante da morte da avó e da ameaça de uma construtora de demolir a casa da família, decidem resistir e proteger suas lembranças. Para isso, sobem na antiga casa da árvore do quintal e, ali, começam a reviver memórias, completar o livro de folhas que a avó deixou inacabado e imaginar formas de preservar não só a casa, mas tudo o qu...

O tempo político de Veias Abertas: Quando o corpo narra a história

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       Fotos: Ligia Jardim           Veias Abertas 60 30 15 seg, da Aquela Cia, é um espetáculo que logo no início impõe seu ritmo como dispositivo cênico pulsante. A fragmentação dos quadros, que variam entre 15 e 60 segundos, captura uma respiração suspensa e intensa, que não demora a encontrar fôlego. Um espelho do cotidiano frenético, incessante, das capitais sob o domínio do neoliberalismo, essa fragmentação é muito mais que estética; é um corpo pulsante que espelha a urgência e a ansiedade da contemporaneidade.           Adaptando com inteligência o icônico livro de Eduardo Galeano, As Veias Abertas da América Latina , a peça intercala a narrativa pessoal de casal formado por um militar e um funcionário da United Fruit que se conhecem em aulas de dança e decidem se casar, com a História trágica do Massacre das Bananeiras, de 1928. Esse casamento, que coincide com a repressão brutal à greve que matou ma...