A Bailarina Fantasma: Subversão, Memória e Resistência

Foto: Noelia Nájera Na peça-instalação A Bailarina Fantasma , a dramaturga Dione Carlos e a bailarina Verônica Santos colaboram para apresentar uma obra onde gênero e raça se entrelaçam, desconstruindo os estereótipos do balé clássico em uma performance profunda e crítica. Inspirada pela famosa escultura de Edgar Degas, A Bailarina de 14 Anos, a peça propõe ao público uma viagem por questões do apagamento histórico e da objetificação dos corpos femininos negros. A abordagem meticulosa de Dione coloca em perspectiva as violências invisíveis, físicas e simbólicas, que sustentam a indústria da dança, acentuadas pela construção de corpos moldados para a conformidade e o controle. A obra de Degas é uma referência central: as esculturas feitas em bronze, que escurecem ao longo do tempo, remetem ao modo como a própria representação da bailarina de Degas foi erroneamente associada a uma jovem negra e, assim, foi alvo de ataques...