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A mostrar mensagens de fevereiro, 2024

Chroma Key - As masculinidades à favor do feminismo

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  O tema da masculinidade tem estado cada vez mais presente na cena teatral  contemporânea paulista. Por vezes, com um ponto de vista feminino outras para defender o feminismo por meio de voz  e experiências masculinas. Uma nova brecha, para um velho assunto, se expande.  Em partes, olhei para Chroma Key como quem (mulher que sou) olha para um bando de homens assistindo a uma partida de futebol. Em outros momentos como quem revisita conhecidos lugares (de assédio) e então, entendi algumas situações que passei (passamos). Em outros momentos, pensando: foi escrito por uma mulher! Seguido por um suspiro de alívio. A diferença é que um homem  dizendo que não sabe onde fica o clitóris ou brindando suas fragilidades, não diminui seus privilégios, mesmo quando o brinde é feito em cena aberta. A escrita de uma mulher ironiza e aponta esses fatos e, por isso, os justifica em cena.  Senti que algo me incomodava... Será que estou tão contaminada pelas armadilhas neoli...

Memórias do Mar Aberto: Medeia conta sua história

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Foto de Ronaldo Gutierrez        Medeia retorna aos palcos com toda sua potência feminina, revertendo a posição da mulher na história antiga em diálogo com a atualidade. O texto de Consuelo de Castro esmiúça o mito grego, apresenta outras facetas da protagonista e nos aproxima da história, com uma linguagem mais apropriada ao nosso tempo e a visão feminina sobre a peça .       O espetáculo envolve os elementos cênicos em uma simbiose estética e rítmica. O cenário, a iluminação, as projeções e a trilha sonora trabalham em uníssono, oferecendo uma experiência sensorial rica que destaca nuances, ápices emocionais e transições de cena de maneira instigante e harmônica.  Sob a direção assertiva de Reginaldo Nascimento, com a colaboração da diretora assistente Amália Pereira, a sensibilidade no tratamento do texto é evidente. A ênfase na oralidade dá ainda maior relevo ao texto, revelando a ausência de grandes gestos cênicos na interp...

De uma espectadora mãe, para um ator pai - Sobre "Sem Registro- uma performance paterna"

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Oi, Victor, tudo bem?       Meu nome é Poliana Piteri, eu assisti a sua peça ontem. Ela tem um tom tão bom de conversa, que me senti à vontade (e com vontade) em te escrever essa carta. Na verdade fiquei com várias perguntas pra te fazer, mas talvez nem todas elas se encaixem  aqui….       Enquanto uma espectadora mãe eu fui te assistir  com uma curiosidade enorme. E, confesso,  estava pronta para encontrar o erro. Imaginei que um homem em cena usaria de uma pauta tão importante ao movimento feminista de forma rasa. Eu senti um clima tenso durante todo o espetáculo. Será que outras pessoas também pensaram assim?      Talvez por isso, no começo, o ritmo da peça me incomodou um pouco. Ela parecia um pouco lenta e quando você pediu uma pausa, ainda no começo, eu temi que o espetáculo se ralentasse. Mas no decorrer da apresentação, eu entendi que aquilo era mais que uma proposta cênica. Era um respiro necessário para as...