"Pa’ra – rio de memórias": trançar o mundo com palavras
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Foto: Noelia Nájara Em cena, uma menina migrante narra seus desafios e descobertas atravessando territórios concretos e imaginários, carregando nos cabelos trançados as memórias de seu povo. Pa’ra – rio de memórias parte da história de Dalú, uma criança Sateré-Mawé que migra com a mãe da Amazônia para a periferia de São Paulo, e transforma esse percurso em travessia sensível. Um teatro que se faz na poesia da narração dramatúrgica, e também no tato, imagem e presença. Mais do que buscar uma encenação que quebre convenções formais, o espetáculo investe em uma qualidade poética, onde o poder da narrativa é sustentado por uma dramaturgia bem construída, escolhas cênicas precisas e um diálogo atento com a imaginação da criança. A peça convida a ver com as mãos, a tatear o invisível, a brincar com os sentidos, como em uma cena em que luzes em forma de olhos percorrem a plateia até pousarem sobre uma criança. Nesse instante, a atriz abraça aquele ponto de luz como ...